O brasileiro não tem memória.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Resgatando xingamentos antigos (9): Estúrdio

Estúrdio: "adjetivo. 1. Extravagante, estróina, leviano e doidivanas.
2. (Bras.) Esquisito, excêntrico e extravagante.
3. Bras MG SP . Diz-se de coisa fora do comum.
4. Bras RS. Trajado de maneira extravagante ou fora de moda".

Referência: Dicionário Aurélio, ensinando a gente a xingar desde 1782.


Acredito que esse xingamento é muito versátil, pois varia de acordo com o Estado da Federação em que seja usado.

No primeiro sentido, de "estróina", "extravagante", efetivamente há um componente econômico, de prodigalidade. É uma pessoa que deita fora os seus haveres. Nesse contexto de crise econômica globalizada, o parâmetro de pródigo-estróina-estúrdio mudou bastante: pode ser xingado até o indivíduo que gasta suas economias com cachaça e caldinho de feijão.

Se o pródigo-estróina-estúrdio for rico, aí ele pode ser excêntrico. Para ser excêntrico tem que ser rico, ao contrário será apenas taxado de maluco mesmo.

Se estivermos em São Paulo ou Minas Gerais (sentido 3), estúrdio pode não ser um xingamento propriamente dito, podendo apenas designar algo incomum. Difícil vai ser convencer as pessoas disso, depois que você falar em alto, bom som, e sotaque: esturrrdio. Hã?

Preocupante mesmo é se você estiver no Rio Grande do Sul, porque lá "estúrdio" se refere aos trajes. Uma bombacha faz de você um estúrdio? Claro que não. E as prendas, o que faz elas se tornarem estúrdias?

Modo de usar: por tudo isso, e pela necessidade absoluta de contextualização, acho que esse xingamento antigo é de difícil manejo, e só deve ser utilizado por aqueles que sabem esgrimir com a língua.

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