O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Patrimônio cultural familiar

Famílias não são apenas afetos e desafetos entre pessoas.  São estruturas que permitem a criação, manutenção e transmissão de modos de viver, fazeres e saberes.

As famílias, como qualquer outro grupo, também têm a sua identidade e o seu patrimônio cultural.  A herança de uma família vai além dos meros bens econômicos: há todo um acervo de valores imateriais e culturais transmitidos através das gerações.

Na minha família, acredito que a maior herança cultural é a valorização da arte como forma de expressão, em qualquer suporte.  Na linhagem paterna a música sempre predominou, pois meu avô foi maestro e professor de música, e as crianças da família são estimuladas a aprender um instrumento, qualquer um de sua preferência.  É bom para a disciplina e para a falta de disciplina.

Eu, em outra vida, toquei piano (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/aula-de-piano.html), minha irmã toca bem, meus irmãos tocam percussão (qualquer coisa e qualquer lugar) e violão (respectivamente), meus sobrinhos também.  Em toda reunião familiar da linhagem paterna a música vai acontecer, quem pode canta, toca, mas dançar é bem problemático.

Na linhagem materna também havia música, mas religiosamente orientada.  Meus avós cantavam na sua igreja. Já a minha mãe (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/05/mamae.html) é artista plástica, faz esculturas e pinturas, e o estilo dela é contemporâneo-amalucado, com materiais muito exóticos.  Meu irmão também faz esculturas, e algumas delas aparecem em posts aqui no blog (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/10/lugar-inesquecivel-o-quintal-do-meu.htmlhttp://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/palentologia-imaginaria.html)
e outras artes (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/11/citacoes-sobre-memoria-robinson-dantas.html)

Para mim, a principal lição aprendida com os membros da minha família é o valor da liberdade de expressão através da arte, independentemente de mercados, não necessariamente para expor as obras, sem pretensão à profissionalização, simplesmente porque é parte da construção da nossa humanidade.  Mas há também outras coisas legais como artes culinárias, para quem se interessa em aprender (que não é o meu caso), línguas estrangeiras, ofícios tradicionais (o meu avô era ourives), modos de fazer bordado, tapeçaria.

Eu acho interessante a forma como a vida das pessoas é narrada no seio familiar, e como as lembranças individuais ajudam a formar um mosaico coletivo. E, sim, a fofoca também pode ser uma forma de patrimônio imaterial.

Já parou para pensar no que a sua família legou a você?

Um comentário:

  1. Olha só que lindo: https://www.youtube.com/watch?v=WxvpoEYRZnM&list=PLtMpHZEDUWBUgKr8CvV-33MbXNNTyrP88. Irmãos lindamente cantando à mesa da cozinha.

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